Acham que esta atitude está correcta?

Foto: Toninhobotelho.blogspot.com

O ano passado, uma proprietária de um pomar de peras viu-se na contingência de não poder escoar os frutos, penso que para exportação ou hipermercados, devido á calibragem não ser, como costumo dizer a brincar "conforme legislação em vigor".

Senhora inteligente e com a massa cinzenta a funcionar, fez o seguinte: Abriu as portas do pomar à população que quisesse adquirir aqueles frutos, a preço módico claro, utilizando simplesmente uma balança.

Julgo que a internet foi bem utilizada, passando a mensagem de que as peras estavam á venda, bastando as pessoas irem colhê-las.

Contrariamente a uma conversa que tinha tido com o dono de estufas de tomates e alfaces, que, na altura da intempérie na zona oeste, estragou as estruturas das estufas, que as pessoas nem dadas iam apanhar estes legumes.

Comparando com o caso acima referido, pus-me a pensar: alguém estava a faltar a verdade e não era a senhora das peras pois em poucos dias e a receber, esgotou a produção. Realizou algum dinheiro e não teve despesa com a colheita.

Porquê este artigo de opinião?

Hoje num canal televisivo ouvi um proprietário de árvores de fruto, desta vez maçãs, queixar-se que grande parte desta produção estava no chão, devido às chuvadas, que caíram naquela zona e noutras no país. Não tenho a certeza em que zona era, mas penso que para o norte.

Certo é que lá estavam as maçãs no chão, ainda com bom aspecto a convidarem a ser comidas, ou quem sabe para um doce ou uma compota.

Que estas pessoas fiquem desanimadas e entristecidas, concordo, mas, porque não seguirem o exemplo das peras que no ano passado, pelo menos no pomar daquela senhora não ficaram a apodrecer? É que neste caso não podemos culpar ninguém pelo sucedido. No caso das chuvas, podemos culpar talvez São Pedro, que não dá sol na eira e chuva no nabal.

Não me levem a mal, mas antes de pedirem os subsídios a que têm direito, mais do que o BPN, BPP ou BES, tentem aproveitar o que podem, usando simplesmente...uma balança.

Gostei de ver o ano passado, a azáfama das pessoas a colherem os frutos e até uma carrinha do banco alimentar lá estava com os seus voluntários aproveitando esta venda "directamente do produtor ao consumidor"

A todos os produtores de fruticultura, horticultura e outros produtos aconselho a seguirem este exemplo. Por favor não deixem estragar o que alguns, com pouco poder económico, podem utilizar.

Temos um país cada vez mais pobre, com grande percentagem de pessoas a passarem fome, inclusivas crianças, a quem a fruta e legumes tanta falta faz.

Por favor, façam alguma coisa para ajudar estes nossos conterrâneos já que os nossos governantes "estão-se marimbando". Continuam sem sair dos seus gabinetes nas suas poltronas, na assembleia, loucos a pensar quem vai ganhar as eleições no próximo ano.

Do povo que habita este canto do mundo, pouco ou nada falam. Ah, sim falam: dos congelamentos das pensões, do agravamento da carga fiscal do cancro da sociedade: funcionários públicos, reformados e aposentados.

Duma coisa não falam eles: dos seus chorudos vencimentos, carros a mais, com os respectivos motoristas viagens para todo o lado, acompanhadas com comitivas em grande número.

Tudo bem pago por nós.

Vou tomar a liberdade de propor aos leitores "o dia nacional do produtor para o consumidor"- O que acham?

Visto que todos os dias, há dias para isto ou para aquilo coisas ás vezes que nem lembra ao diabo.

Será um dia, em que as grandes superfícies, ao fecharem as registadoras o lucro seriam um pouco mais abaixo do que estão habituados.

Apelo: criem mais feiras rurais, regionais para venda directa dos produtos que produzem.

Lembro-me do louro, tão utilizado na culinária.

Aquelas pequenas folhas em pacotinhos, custam nos supermercados entre 55 a 75 cêntimos.

Talvez meia dúzia de folhinhas……