Orçamento do Estado - DICAS PARA MAIS IMPOSTOS

Qualquer pessoa na faixa etária dos 70 ou mais anos recorda-se decerto do imposto de calçada e da licença para usar isqueiros.

Leis do Estado Novo, mas que hoje serviriam para o Estado embolsarem mais uns milhares de euros.

Quem tem carro e, os pneus estão lisos, está sujeito a uma multa, se não os mudar.

E um cidadão com os sapatos rotos? É um perigo iminente. Supunha-mos que ao andar, na estrada ou no passeio, um prego lhe fura os sapatos, fere um pé e, pode infectar! Vai ao centro de saúde e quiçá ao hospital. Já viram os gastos que poderão afectar o Ministério da Saúde?

Tratamentos, medicamentos ou talvez até internamento, se por acaso o cidadão não tiver a vacina do tétano. E daí a infecção pode ser grave. Que tal dar poderes aos agentes de qualquer polícia, para verificar se o povo tem os sapatos rotos? Dirão "por favor identifique-se e mostre-me a sola dos seus sapatos”. Se, por acaso não estivessem em condições, lá era passada a respectiva multa e seria aconselhado a comprar outros.

Quanto ao pagamento da "calçada", recordo-me do meu avô, percorrer vinte quilómetros até á vila para o efectuar o pagamento do dito imposto. Ou seja, mais tarde entendi que teriam que liquidar porque ao andar a pé gastavam as estradas, que eram na sua maioria de terra batida, mesmo que grande percentagem da população andasse descalça.

Como agora, quase todos andam calçados, vá lá, voltem a esse imposto. E garanto-vos que o povo paga! Nós pagamos tudo, com muita passividade e serenidade, o que o Governo entender, seja legal ou ilegal.

Ou seja, são simplesmente ilegalidades legais. Não é por qualquer razão que Miguel de Sousa Tavares dizia, na 2ª feira que este "era um governo fundamentalista economicamente".

Quanto à licença para uso de isqueiros, agora que grande parte da população é fumadora (quem sabe devido ao stress), até as mulheres superam a percentagem e lógico todos usam isqueiros, porque não novamente a licença?

E digo-vos, eram uns valentes trocos a mais.

Com tantos impostos, para cobrir a dívida externa do País, que continuo confusa sem saber quem a contraiu, há um imposto que, como boa e pacífica cidadã deste País, também pago e me faz muita confusão. Um dia alguém terá de me explicar como se eu fosse muito, muito burra: o IMI.

Numa paragona de um jornal, li "IMI saca mais 176 milhões", aos contribuintes claros.

Quer dizer: compra-se a casa ou andar, a grande totalidade com dinheiro pedido emprestado à Banca (a juros astronómicos). No caso da banca a casa é paga quase três vezes mais do que o seu valor real, pagam a manutenção, a electricidade, água, gaz etc.

Mas para o Governo não chega. Temos que continuar, com toda a serenidade, insurgindo-nos de vez em quanto, a pagá-la.

Desta vez numa prestação ou duas, conforme a quantia, anualmente.

Como o povo português está tão envelhecido, ao fim de uma vida, quanto custou a casa? Mesmo depois de morrerem os herdeiros terão de continuar a pagar.

Ou seja sempre a pagar.

É que o imposto da calçada eu talvez entenderia. Sempre têm que conservar as estradas, mesmo que não estejam conservadas.

A licença de isqueiro, também só fuma quem quer. Agora o IMI? Por favor senhores. Eu sei que as Câmaras estão endividadas, algumas falidas, mas pensem noutras soluções para roubaram mais o povo. Para que servem tantas cabeças?

Não há dúvida, que um dia, se me convidassem para ajudar a fazer o OE, teria dado uma boa ajudazinha.

Faltaram de facto alguns impostos.

Mas a preocupação é o Orçamento previsto para 2015, só 700 milhões euros para salários. Os trabalhadores desta vez, e perto das legislativas, ficam ricos.

Por isso, bem que podem pagar mais impostos, não acham?

Falando em IMI, lembrei-me agora. E se este ano a população toda não tivesse liquidado este imposto?

Com a Justiça em estado de CITIUS, com parte dos tribunais a encerrarem, quantos anos levariam a ser tratados todos estes processos de incumprimento nos Tribunais?


Escrito por Maria Cruz